Três anos depois de ficar paraplégico, médico volta a fazer cirurgias com ajuda de cadeira de rodas adaptada em Curitiba: 'Parecia impossível'
09/08/2025
(Foto: Reprodução) Médico que ficou paraplégico retoma cirurgias em hospital
Três anos após um acidente de moto que o deixou paraplégico (sem movimentos nas pernas), o cirurgião torácico Nelson Bergonse Neto voltou a vestir o jaleco e entrar em um centro cirúrgico em Curitiba.
Em 30 de julho de 2022, a vida do profissional mudou completamente. Ele estava voltando para casa de moto, depois de um atendimento no hospital, quando tentou frear para evitar uma colisão com um carro que cruzava a rua. No entanto, acabou capotando.
"Eu não lembro muito. Eu me lembro saindo do estacionamento e indo para casa. Desse ponto em diante, eu só lembro acordando na UTI", relembrou Nelson.
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Três anos depois de ficar paraplégico, médico volta a fazer cirurgias com ajuda de cadeira adaptada
Reprodução/RPC
Sem conseguir trabalhar, Nelson diz que perdeu, por um tempo, a vontade de viver.
"Eu tinha desistido porque não tinha mais condições. Parecia impossível. Pensei que eu não tinha mais como fazer nada, não tinha mais como trabalhar, não tinha mais como viver", falou.
Com apoio da família e dos amigos, Nelson iniciou o tratamento psicológico e sessões de fisioterapia. Depois de um ano e seis meses do acidente, voltou a atender no consultório particular, mesmo que, segundo ele, “empurrado” por pessoas próximas.
Mas o grande sonho era retomar as cirurgias - a grande paixão dele desde 1997, ano em que se formou em Medicina.
Três anos depois de ficar paraplégico, médico volta a fazer cirurgias com ajuda de cadeira adaptada
Reprodução/RPC
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Cadeira adaptada e vontade de trabalhar
Médico recebeu cadeira de rodas adaptada
RPC
Para voltar a operar, Nelson precisava de uma cadeira mecanizada capaz de mantê-lo em pé com segurança. O equipamento permite ajustar a posição e tem cintos no tronco e nos joelhos para evitar quedas.
O Hospital São Marcelino Champagnat custeou o equipamento, de R$ 20 mil, e fez as adaptações necessárias no centro cirúrgico, de acordo com o gerente do hospital, Jarbas da Silva Motta Júnior.
"O doutor Nelson já trabalhava no grupo, nos ajudava muito. Ele nos ajudou muito e infelizmente teve a questão do acidente, mas a gente continuou com essa relação. E aí calhou que a gente conseguiu encaixar, fazer as adaptações, compra da cadeira para ele também ter a segurança de estar ali frente a uma uma situação, às vezes de emergência", disse.
Na semana em que o acidente completaria três anos, Nelson voltou a operar. A primeira cirurgia após o retorno foi marcada pela emoção.
Ele relembrou que estava muito ansioso antes da operação, mas que tudo passou no momento em que a cirurgia começou.
"Quando eu saí da sala tinha uma legião de funcionários me aplaudindo. Foi emocionante, bem emocionante. E isso não tem preço. Eu saí como como um herói que tivesse voltado da guerra", finalizou.
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